O Brasil está se transformando em um grande cassino. O número de jogos (oficiais, permitidos, clandestinos etc.) é superior ao de qualquer outro país. Não existe registro de uma nação onde o jogo, de qualquer tipo, esteja acima de tudo. Acima dos deveres cívicos, morais, profissionais e familiares. “É a beleza da democracia. Cada qual faz o que lhe dá na cabeça”, alegam os defensores da jogatina.
Todavia, a realidade é outra. Os brasileiros não têm a noção do quanto tiram de seus orçamentos, às vezes das bocas dos filhos, para fazerem “uma fezinha objetivando melhorar de vida”. E é jogo para todos os gostos. O Governo patrocina as loterias estaduais; Federal; esportivas; loto isso; loto aquilo; mega isso, mega aquilo. Sena isso, sena aquilo. E, quando os prêmios acumulam, vira um ritual. Gente mata serviço, mata aula, esquece os compromissos para ficar horas na fila, tentando a sorte. Tenta tanto que a sorte abandona o tentador.
Em seguida vêm as emissoras de televisão para levarem mais um pouco - em determinados casos, praticamente tudo - do bolso dos apostadores compulsivos. São promoções e mais promoções. Cidadão aposta um real hoje, passa perto e, amanhã, aposta cinco. Depois de amanhã, aposta dez. Com isso, fica sem pagar a água, a luz, o armazém. Entretanto, ganhador desses prêmios que é bom, praticamente ninguém nunca viu. E, como se isso não bastasse, existem os jogos clandestinos, as banquinhas desse e daquele jogo, as maquininhas (inofensivas, coitadas!!!) que tiram um pouquinho de cada um e, no fim do dia, tiraram um “montão” de muitos.
Agora é a vez dos celulares. Todo dia o telefone toca. Do outro lado da linha, uma moça muito educada, fazendo uma bela proposta. E, o cidadão, que já é um quase viciado, ou apostador compulsivo, na ânsia de levar vantagem em tudo, mergulha de cabeça. Depois, vai ver a besteira que fez.
Pilhérias e jocosidades à parte, o caso é mais sério do que se possa imaginar. Ninguém sabe para onde vão tantos milhões, quem sabe, bilhões, de reais todo dia, nas apostas que se multiplicam por este Brasil afora. Não há, efetivamente, um controle sobre tudo isso. A maior parte desaparece e não deixa rastro. Enquanto isso, nós, os brasileiros, iludidos, ficamos vendo o País, infelizmente, mergulhar em uma situação cada vez mais caótica. Esse dinheiro, bem que daria para se fazer muita coisa útil para a sociedade. Na saúde na segurança, na educação etc. etc. Mas, vai alimentando a ganância de quem vive da contravenção, do crime e da inocência do povo.
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