Não existem mais dúvidas. O inimigo público número um do Brasil se chama crack. É a droga letal, mortal, maligna e diabólica. No mais absoluto sentido da palavra. Nunca, em tempo algum, qualquer peste, qualquer surto infeccioso, qualquer síndrome, ou qualquer epidemia assustou tanto à comunidade brasileira como esta praga que tem deixado povo e autoridades em sobressalto.
O crack superou a mitos como a cocaína, a AIDS e outros problemas enfrentados pela geração atual. Isto, porque ele é impiedoso, é cruel, quase não dá chance de reação e nem permite tratamento rápido e seguro.
E, em que pese todo o esforço governamental e de outros setores da sociedade civil em combatê-lo, o que se vê é o aumento da incidência do crack na vida das pessoas. Jovens; adultos; idosos; crianças, de todas as camadas sociais, de todos os níveis culturais, vêm sendo atingidos, indiscriminadamente pelos tentáculos desse monstro que, somente agora, está sendo encarado como uma ameaça à humanidade.
O crack vicia qualquer pessoa no primeiro contato. Daí em diante, o inferno está posto à frente da família de quem teve a infelicidade de experimentá-lo. Para quem não acredita, sugere-se que se faça um contato com pais, mães, filhos, esposos, irmãos e amigos de pessoas que estão nesse mundo tenebroso. O que se mostra na televisão, nos jornais, nas revistas e em outras publicações, está muito aquém da realidade. O problema é muito maior. As chamadas cracolândias (comunidades que se reúnem para consumir esta droga) não são nada, em se comparando ao que se observa no anonimato, no silêncio comprometedor e na vergonha que as famílias têm de saber que alguém de seu seio está às voltas com esse mal, a princípio, incurável. O crack destrói a dignidade das pessoas.
Além do mais, o que piora a situação é saber que se trata de uma droga barata, ao alcance de qualquer um. Uma “pedra” sai por dois reais, em média. Só que o viciado consome cinco, dez, vinte pedras por dia. E não fica sem tragar a fumaça mortal, mesmo que para isso tenha de “fazer” dinheiro. Primeiro vendendo o que tem; depois, vendendo o que a família tem. Depois furtando, roubando, assaltando, prostituindo-se e, até, matando, para conseguir dinheiro. Assim sendo, ou a sociedade se une de forma concreta e eficiente para enfrentar o crack, ou estaremos diante de uma avassaladora onda de crimes e mortes jamais vista neste País, Inclusive em tempos de guerra. Aliás, o crack, hoje, mata mais do que o câncer, do que acidentes de trânsito, do que os chamados crimes convencionais e tipificados. Esta é a realidade nua e crua.
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