sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Tiriricas e Titicas

Com todo o respeito que merece como cidadão e, por ter conquistado o eleitor, o candidato mais votado para a Câmara Federal é um palhaço. Palhaço profissional, que ganha a vida fazendo os outros rirem. Inclusive com um humor de qualidade duvidosa. Mas, os eleitores do mais rico estado da Federação, deram a ele uma votação inexplicável à luz da ciência política. Foi voto de deboche, voto de protesto, voto de ironia, voto do achincalhe, ou voto sincero? De qualquer forma, fez-se a vontade do povo. Tiririca não obrigou ninguém a votar nele. Todavia, depois de tudo isso, ainda tem mais: ele pode não tomar posse. Ou, se tomar, pode ser cassado. Motivo? Não saberia ler nem escrever.
Tem mais: em Brasília, Joaquim Roriz, um candidato ao Governo da Capital do País, sabendo que teria sua candidatura impugnada, por conta de denúncias, as mais diversas, sai de fininho e coloca a esposa em seu lugar, faltando uma semana para as eleições. E não é que deu certo? Ela vai para o segundo turno. Sem contar que as duas filhas desse casal, também, se elegeram, e com folga, para deputadas, assim como uma assessora delas.
Volta, então, à baila, aquela máxima: ninguém manda no povo. O povo vota em quem quer, do jeito que quer. Ideologia? Ora bolas, que ideologia? Independentemente de partido ou coligação, o povo votou em quem bem quis. Daí, as “colchas de retalhos” que se formaram nas assembleias legislativas e na Câmara Federal. Tem deputado eleito de todas as bandas. Jogadores de futebol que nunca entraram em um parlamento, mas vão fazer leis. Cantor de rap, atores, dançarinos, fazendeiros, pastores, padres, humoristas, analfabetos etc. Seria esta, a tal diversidade política, ou a desmoralização total do nosso modelo constitucional? Ninguém teria a resposta. Sem contar que, como o povo é quem manda, esse mesmo povo mandou para casa grandes tubarões da política nacional, gente que passou, praticamente, a vida toda no bem bom do Congresso Nacional e nas assembleias legislativas e, agora, vai ter de trabalhar duro, caso não tenha amealhado um bom patrimônio para viver o resto da vida como “deputado aposentado”. A maioria, parece, conseguiu. E, mais: contrariando a mídia, as pesquisas e os sabichões, candidatos em quem não se apostava um “tostão furado”, acabaram ganhando as eleições, concorrendo com gente tida como PHD em política. Vá entender o povo...

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