Dados altamente preocupantes apontam que, neste ano de 2010, o Brasil estabelece recorde absoluto no número de queimadas, a maioria de origem criminosa. Para se ter uma ideia, o maior volume de incêndios florestais no País foi detectado em 2007 e que, este ano, acaba de ser superado. E estamos em plena Primavera. Um despropósito.
Na região de Anápolis são muitos os exemplos. Há pouco mais de uma semana, o fogo consumiu 30 por cento do Parque Ambiental “Altamiro de Moura Pacheco”, entre Goiânia e Terezópolis, aliás, incêndio que se repete, a cada ano, com uma regularidade que chega a impressionar. Mas, a pergunta que fica é esta: Por que tanto fogo? Qual seria a causa de tantos incêndios?
Certamente que não existem respostas satisfatórias para este fenômeno que ocorre, na verdade, em todo o mundo, mas que no Brasil está passando da conta. Este ano o Estado do Tocantins, que já é de clima semi-árido, com pouca vegetação, lidera o número de queimadas. Isto vale dizer que o Cerrado Tocantinense está sendo destruído. De acordo com os especialistas, caso não haja uma política enérgica de controle ambiental, o Cerrado desaparece em pouco tempo. É o que está acontecendo, também, em relação a Goiás e a Minas Gerais, onde o bioma Cerrado, um dos mais importantes do mundo, já perdeu mais de 40 por cento de sua forma original. No Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no norte de Goiás, o fogo já consume desde o último sábado, 18, quase a metade de sua vegetação, cerca de 30 mil hectares. Até o fechamento desta edição, o incêndio ainda não estava totalmente controlado.
E é bom salientar que, além do prejuízo ambiental, com a poluição, a degradação, a destruição das reservas naturais e o empobrecimento do solo, há de se levar em conta o que irá acontecer futuramente, como isto afetará as próximas gerações. A história mostra que, em épocas passadas, a ganância para se formarem canaviais, cafezais e outras culturas, foi responsável pelo desaparecimento, quase que total, da Mata Atlântica que, atualmente, tem apenas quatro por cento do que possuía em sua concepção primitiva. E as populações, principalmente a do Nordeste, sofrem, até hoje, por conta da irresponsabilidade com que se destruiu o meio ambiente.
Assim sendo, um simples fogo colocado na vegetação de um pequeno lote na região urbana, ou, uma queimada em pastos, matas e outras reservas ambientais, são atos que se deve combater. Cientificamente está provado que esse tipo de fogo prejudica o ambiente, a saúde das pessoas e, com muita ênfase, a fauna e a flora. O que se sugere é a orientação de todos, principalmente de crianças e jovens, para que, num futuro não muito distante, o Brasil não esteja vivendo em clima desértico como já acontece em vários países, exemplo do Haiti, de onde se extraiu 100 por cento da vegetação, simplesmente para se vender o carvão, tido como a maior fonte de renda dos haitianos. Hoje, sem madeira e sem carvão, o Haiti é um dos países mais pobres de todo o mundo.
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