sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A qualidade das obras

De uns tempos para cá, têm se tornado comuns os incidentes e acidentes em rodovias e demais obras de engenharia no Brasil. A maior parte relacionada à fragilidade da concepção. Pontes, bueiros, aterros e outras edificações, ao sinal de qualquer chuva mais forte, tendem a ruir, desmoronar, provocando situações adversas e problemáticas. O que estaria acontecendo com as obras da construção civil? Estariam elas mais frágeis, mais suscetíveis a problemas de estruturação? Seria a qualidade do material empregado que não corresponde aos projetos elaborados para tais serviços? Quem sabe, a rapidez com que são projetadas, desenvolvidas e entregues, não esteja dando tempo de solidificação, de fortalecimento natural, provocando os estragos que se mostram, diariamente, na imprensa?
Uma coisa, entretanto, é certa e nem precisa ser técnico ou especialista para descobrir: os acidentes, e incidentes, principalmente nas rodovias, estão cada vez mais frequentes e mais comprometedores. E, de forma curiosa, os danos são causados, quase que integralmente, nas obras mais novas. Rodovias de 50, 60 70 anos em todos os cantos do Brasil estão intactas ou sofreram pequenos danos, ao passo que trechos mais novos, desenvolvidos recentemente vêm sendo destruídos pelas chuvas. Um exemplo claro foi o que aconteceu, recentemente, na BR 060, Anápolis-Brasília. Uma estrada de, apenas, três anos, vem apresentando problemas surpreendentes. O último deles foi há duas semanas, quando se rompeu um aterro, causando, inclusive, a interdição da citada rodovia. E, de forma (bastante) curiosa, a pista antiga, em que pese haver sido construída há mais de 50 anos, ao longo dessas décadas sofreu poucas e não tão graves avarias. Deve haver uma explicação para isso.
Da mesma forma, rodovias estaduais e, até, municipais, têm sofrido com o mesmo problema. Não se pode afirmar, é certo, que o serviço seja de qualidade duvidosa. Seria, inclusive, imprudência fazer tal juízo. Mas, que os governos deveriam cuidar melhor do controle da qualidade dos serviços efetuados, isto deveriam. Não custaria, então que, além da vigilância que se faz através das licitações, das concorrências públicas e das inspeções constitucionais, como as dos tribunais de contas (União, Estados e Municípios), se criassem dispositivos para checar, avaliar e conferir a qualidade das obras antes que elas sejam entregues. Ou, antes que se pague por elas. Desta forma, caso haja incompetência, má fé ou qualquer outra anormalidade, o mal pode ser cortado na raiz. Ou, quando muito, no nascedouro.

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