sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A nossa água

Mesmo com a junção de esforços entre os governos Municipal e Estadual, não existe mágica quanto ao projeto de universalização da água potável em Anápolis. Embora esteja sendo anunciada a distribuição do produto em todos os setores da Cidade, não será da noite para o dia que isto acontecerá. Obras físicas demandam tempo e é preciso que a sociedade entenda isso. A presença do Governador, ao lado do Prefeito, dando as “boas novas” do abastecimento, a princípio pode soar como um milagre e a sensação de que daqui a alguns dias os anapolinos poderão abrir as torneiras e desfrutarem de muita água.
Mas, lembrando o adágio popular, até que isto aconteça, “muita água ainda vai passar por debaixo da ponte”. Neste caso, pelos dutos, pela estação de tratamento, pelos reservatórios e pelas ruas de Anápolis. Até lá, muitos e muitos metros cúbicos de terra serão revolvidos, abertos sulcos nas ruas, praças e avenidas, instalando as redes distribuidoras, feitas ligações, instalações de hidrômetros e muitos outros serviços que, por mais que se queira, não podem ser feitos “a toque de caixa”.
Fazer o quê, então? A resposta é simples: fazer o que já vem sendo feito, ou seja, economizar o máximo possível de água. Aí, não interessa se o consumidor tem muito dinheiro para gastar o quanto e como quiser de água. Tipo lavar carros, lavar calçadas, irrigar pomares, gramados, jardins e outros componentes da paisagem urbanística. Isto, porque, o desperdício de hoje, pode ser o desespero de amanhã. Nada é mais incômodo em uma casa do que a falta de água, principalmente para quem não tem fonte alternativa, como cisternas, poços e similares.
Dona de casa sem água em casa é refém do desespero e do estresse. Não há como higienizar o ambiente doméstico, não há como dar sequencia às atividades normais. E olhem que, por mais que a Saneago queira justificar, explicar ou minimizar, falta água em Anápolis, sim. A gerência local faz o que pode, faz até “milagres” para que não haja o desabastecimento, pois Anápolis está, há décadas, sem ver investimentos de grande monta na política de água e esgoto. Por enquanto existem promessas, propostas, acordos, convênios, contratos e boa vontade política, principalmente. Mas, só isso não é o suficiente. Os anapolinos precisam entender, e o mais breve possível, que enquanto o novo projeto não entrar para a prática, o mais sensato é economizar.
Aliás, é uma questão simples de matemática. Se a Saneago produz uma quantidade “X” de água tratada, ela só poderá distribuir a quantidade “X”. Não pode ser “X mais Y”. Tecnicamente é improvável e impossível. Sem contar a outra vertente matemática. A população de Anápolis não estagnou, nem diminuiu. Pelo contrário, cresceu. Assim sendo a equação é mais previsível ainda. Mais pessoas, maior consumo. Maior consumo de uma produção que não aumentou, vai representar, certamente, resultado negativo. É bom, então, prestar atenção em tudo isso.

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