A tragédia de Realengo, indiscutivelmente a maior barbárie urbana de que se tem notícia nas últimas décadas no Brasil, ganhou o mundo, através da velocidade com que os noticiários, hoje em dia, têm alcançado. Muito mais do que a dor insuperável de muitas famílias que perderam seus filhos, as que estiveram na iminência de perderem e, por que não, as que se livraram do terror de um insano portando armas de fogo, fica uma série de indagações, perguntas e questionamentos que, talvez, nunca serão respondidos.
Em que pese a carga que a mídia vem fazendo, tentando mostrar este ou aquele caminho que possa ter determinado o desfecho brutal, aterrorizante e, acima de tudo, incompreensível à luz da inteligência humana, com certeza a principal resposta foi levada para o túmulo, junto com o matador das crianças. Certamente que este caso não é único, se assemelhando com muitos dos que, infelizmente, a população vem se acostumando a presenciar. Basta lembrar que, há poucos meses, viveu-se situação parecida, na região de Luziânia, quando vários garotos foram assassinados por outro maníaco, igualmente morto antes de se desvendar o como e o porquê de tamanha violência.
É preciso, desculpando o termo, que se tirem lições do que ocorreu naquela escola. Afinal de contas, episódios como aquele, vêm se registrando em várias partes do mundo. Alguém entra em uma escola e, do nada, começa a matar pessoas inocentes. Foi assim nos Estados Unidos, na Rússia, na Inglaterra, no Japão e em outros países tidos como evoluídos, civilizados em nível de primeiro mundo. Agora, lamentavelmente, chegou a vez de nós, os brasileiros, sentirmos na pele uma tragédia como esta. Lições que devem ser tiradas, de imediato, passam, com certeza, por uma política mais atualizada para o controle de entrada e saída de pessoas em estabelecimentos escolares. Dirão alguns que se não matarem nas escolas, vão matar nos shoppings, nas igrejas, nos estádios.
Mas, vamos, então, pelo método eliminatório. Proteger, primeiro, as crianças. Depois, estender a proposta para outros aglomerados de pessoas. Se vai resolver, só o tempo dirá. Mas, o que não se pode permitir é cruzarem-se os braços, manter-se o silêncio comprometedor, a tolerância ao que está acontecendo e, principalmente, a omissão de muitos. Afinal de contas, aconteceu em Luziânia, aconteceu no Rio de Janeiro. Pode acontecer em Goiânia, em Anápolis, ou em qualquer outro lugar. Desta forma, vale a máxima de que “é melhor prevenir do que remediar”. Não é?
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