Ensinamento milenar, existe uma frase que mais parece provérbio, afirmando que “quem não aprende com o amor, aprende com a dor”. E, lamentavelmente, as autoridades brasileiras estão aprendendo com a dor, que é imperiosa e necessária a tomada de providências para se diminuir (quem sabe eliminar) o drama vivido, todos os anos, pela sociedade nacional, devido aos desastres ambientais. Na semana que passou, todos nós brasileiros vimos, estarrecidos, pela televisão, ouvimos nas emissoras de rádio e lemos em revistas e jornais, o espetáculo dramático, pavoroso e tétrico na fúria das águas em diferentes pontos do Território Nacional.
Vidas preciosas se perderam. Famílias inteiras foram dizimadas pela força das enxurradas, das toneladas de lama oriundas dos desabamentos de morros. Como se fosse um espetáculo televisivo, em cadeia nacional, assistimos, sem nada podermos fazer, gente sendo tragada pelas impetuosas águas que, literalmente, varreram do mapa, centenas de casas, estabelecimentos comerciais, propriedades rurais e outros locais de aglomeração humana.
Culpar a quem? Aos governos (de todos os tempos) que não desenvolveram políticas eficazes e eficientes de controle ambiental? Que deixaram desmatar mais do que devia, deixaram que se construíssem prédios de alvenaria em setores onde não existem as condições essenciais? Culpar os especuladores que fazem loteamentos em áreas de risco, ou áreas de preservação ambiental, se preocupando, tão somente, em vender imóveis? Ou, quem sabe, seja este somatório, o grande responsável pelas tragédias humanas que assistimos pela TV, muitos deles com data e horários marcados para acontecerem.
Estamos nos acostumando a ver, agora sem muita emoção e muita contrição, pessoa sendo arrastadas, morrendo sem socorro, gente perdendo casas, gente ficando órfã. E, numa busca desenfreada pela audiência, os repórteres das emissoras de televisão capricham na dramaticidade. Acham tudo isso um bom prato, pois, afinal de contas, vão ficar preciosas horas no ar, relatando o sofrimento alheio. Nenhum deles, todavia, teve, até agora, a coragem de cobrar dos políticos, as providências cabíveis.
Entretanto, algumas lições podem (e devem) ser tiradas dessa tragédia. A começar pela cobrança enérgica, ética e coerente junto às autoridades. Sejam elas municipais, estaduais ou federais. As pessoas que se elegem em todos os pleitos prometendo enfrentar esses problemas, mas que nunca os enfrentam. De nada adianta presidente, governador, prefeito e seus assistentes, sobrevoarem, de helicóptero, as áreas atingidas e, minutos depois se instalarem em seus confortáveis gabinetes para longas e inconclusivas entrevistas. O que está faltando é o povo exigir mais ação, mais atitude. Afinal de contas, é para isso que o povo elege os políticos. Lhes paga muitíssimo bem e, lamentavelmente, na maioria das vezes, se decepciona com eles logo no início dos mandatos. Uma pena...
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