sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nosso desperdício

Enquanto o Governo Federal anuncia, pela própria Presidente Dilma, que no Brasil ainda existem 16 milhões de pessoas vivendo na faixa de miséria absoluta (gente que ganha menos de R$ 70 por mês), outros dados alarmantes revelam que, ironicamente, somos o povo mais desperdiçador do mundo. Isto mesmo! E, um grande contra-senso. É um grande despropósito. O Governo anuncia, todo ano, a quebra de recordes das safras agrícolas. Mas, ao mesmo tempo, não consegue fazer chegar comida a todos os necessitados.
O que estaria acontecendo com as políticas sociais do País? As autoridades revelam que já esteve pior e que, ano após ano, o índice diminui. Mas, isto não serve de consolo para quem está passando fome hoje. Para relembrar, são 16 milhões de brasileiros, ou, cinco vezes a população do Uruguai, por exemplo. É gente de mais, com comida de menos. Passar fome é um dos maiores sofrimentos para o homem, desde os tempos bíblicos. Não se concebe pessoas morrendo sem ter o que comer. E, nós, acostumados a ver pela televisão e por outros veículos de comunicação o que ocorre nos países africanos, por exemplo, enfiamos a cara no buraco e não notamos que, bem diante de nós, quem sabe a poucos metros de nossa casa, tem gente sem comida.
Estaria faltando solidariedade? Estaria faltando amor ao próximo? Ou, como muitos pensam, isto não é problema dos cidadãos que pagam impostos, que já têm despesas demais. Isto é assunto para os governos resolverem. Certo? Claro que não... Dados científicos, oficias, mostrando que uma coisa é consequência da outra. O pai de família sem ter o que levar para os filhos comerem, em muitos casos, roubam, nem que para isso se arrisquem ir para a cadeia, ou que tenham de agredir, ferir e matar. Precisamos pensar, muito, nisso.
Além do mais, dia desses um político goiano afirmou que acabar com o roubo é utopia e que seria, digamos, razoável, que as pessoas roubassem somente a metade do que roubam. Quanta insensatez nessa colocação. O que estaria faltando, com toda a certeza, é compromisso. Compromisso dos governos em aplicarem, bem, as verbas sociais, diminuírem o empreguismo e colocarem planos exequíveis em funcionamento. Está provado que muitas secretarias, diretorias, departamentos e outros setores públicos que cuidam do social, gastam muito mais em sua organização do que, efetivamente, na distribuição a quem, realmente necessita.
Esta situação remete, também, para políticas inteligentes de aproveitamento do que produzimos. Mais de 30 por cento do que se colhe nas lavouras, nas hortaliças e nos pomares do Brasil, vão para o lixo, sem aproveitamento nenhum. E estamos falando de comida. Toneladas e mais toneladas que vão para os aterros sanitários. Enquanto, repetimos, 16 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil. É um quadro desolador, Mas, que tem conserto. Basta querermos. Povo, e governo, juntos, trabalhando projetos, criando situações favoráveis, buscando o bem estar e a paz sociais. Como dizem os americanos: Sim, nós podemos! Ou não?

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