sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Até quando?

Não é mais surpresa para ninguém neste País, abrir o jornal pela manhã, ou ligar a TV à noite e ver o surgimento de um novo escândalo, principalmente em órgãos públicos. Há poucos dias, o Brasil foi sacudido pela descoberta de um sistema altamente prejudicial aos cofres da Nação, no Ministério dos Transportes. E, nem bem a população havia se refeito desse problema, surgiu outro, que se apregoa ser maior ainda, agora, no Ministério da Agricultura. O que estaria acontecendo com o Brasil, um país tão rico, de um povo ordeiro e trabalhador, onde não existem as catástrofes climáticas e onde o solo é muito fértil, possibilitando grande produtividade? Seria, com todo o respeito, a gente que habita nessa terra?
Certamente que os casos de corrupção não nasceram agora, nem nesse governo, nem no anterior, nem no que os antecedeu. Parece que corrupção no Brasil é uma coisa enraizada, nata, original. Para quem gosta de acompanhar a história, não é difícil entender que esse problema se arrasta há décadas, quem sabe há séculos. Mas, ultimamente, as coisas ultrapassaram as barreiras da tolerância.
Dia desses o senador goiano Demóstenes Torres (DEM) disse que se no Brasil roubassem somente a metade do que se rouba, o País seria “uma maravilha”. É difícil entender que um senador da República, uma autoridade constituída chegue a esse ponto. Mas, é a pura realidade. Os escândalos estão aumentando de tamanho, numa forma assustadora. Não se fala mais em poucos milhões de reais desviados. Se forem somadas todas as denúncias, com certeza aproximar-se-ia de bilhões de reais, roubados, desviados, mal aplicados e colocados distante do povo, por sinal, que deveria ser o beneficiário de tudo isso. Sim, pois o que se gasta em obras públicas, sejam elas físicas ou sociais, é dinheiro que saiu do bolso do contribuinte em forma de tributos. Por falar nisso, o Brasil é o país onde existe a maior carga tributária do mundo. Só este ano, devem ser pagos mais de um trilhão de reais em impostos os mais diversos. Uma quantia astronômica para uma nação onde pouca coisa funciona.
Assim sendo, a população, perplexa, vê, dia após dia, seus sonhos indo por água abaixo, nas falcatruas promovidas e garantidas advindas de quem foi escolhido por esse mesmo povo para cuidar da promoção social. Nada disso, infelizmente, está acontecendo. Com raríssimas e honrosas exceções, as escolas estão caindo aos pedaços, os hospitais não funcionam e a segurança é uma lástima. E, pensar que tudo isso poderia ser diferente, que a população poderia ser mais bem tratada. Bastava, como disse o senador, que se roubasse, somente, a metade do que se rouba. Contando isso lá fora, com certeza, ninguém iria acreditar. Mas, é difícil mesmo. Assim sendo, fazer o quê? Uma solução seria extirpar os corruptos pelo voto. Parece que esta é a arma poderosa, ou a mais poderosa, de que dispõe o povo. É que a maioria não está sabendo usá-la. Que tal começar, no ano que vem, pelas eleições municipais? Deixar os sérios e retirar os corruptos. Não vai ser de uma só vez. Mas, com certeza, é preciso que se comece de algum lugar. Ou, ficaremos, eternamente, reféns dessas corjas que andam por aí?

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