segunda-feira, 28 de novembro de 2011

E, a saúde, como vai?

Os governos (Federal, estaduais e municipais) continuam batendo cabeças na busca de uma solução para o crônico e crítico estado em que se encontra a saúde pública neste País. Recentemente, houve a discussão, nascida por conta da descoberta de uma doença grave no ex-presidente Lula, que mexeu com os formadores de opinião em todo o Território Nacional. O Estado (incluindo os três níveis de governo) tem, ou não tem, condições de tratar de seus cidadãos, oferecendo a eles o mínimo de dignidade quando adentram hospitais, clínicas e estabelecimentos afins, sem a retaguarda, a cobertura e a proteção de um plano de saúde?  Há quem diga que sim, há quem diga que não. Os do “não”, com certeza, são maioria.
Mas, a doença de Lula não trouxe nada de novo, a não ser a discussão que descambou para o campo político, com radicalizações, com deboches e, até, com vileza, por parte de alguns. É claro que ninguém quer ficar doente. E, na probabilidade de ficar, ninguém quer ser mal atendido, seja pelo SUS, seja pelo sistema particular. Ou, quer? Quem vai ao hospital, ao consultório, está carente de alguma coisa. Se é grave, ou não, depende do ponto de vista e da necessidade de cada um. Um infarto, por exemplo, se acudido a tempo, com bons médicos, com boa aparelhagem, com bons medicamentos, com certeza é mais fácil de tratar do que uma hemorragia, quando o paciente não tem acesso rápido, nem os serviços de qualidade. Então, a saúde pública no Brasil tem gargalos extraordinários que, muito embora os setores oficiais assegurem que “já foi bem pior”, deixam a população desguarnecida. E, saúde, não é brinquedo, não se pode postergar, não se pode “empurrar com a barriga”.
Noves fora o problema de Lula, que, por sinal, está sendo muito bem cuidado, segundo sua assessoria, por conta do bom plano de saúde que ele paga, embora a esmagadora maioria da população não possa assim o fazer  (uma maioria acima, certamente, de 99 por cento dos brasileiros, e brasileiras), também fica doente; é acometida de câncer; de hanseníase; de dengue; de tuberculose, de leucemia e de tantas outras moléstias consideradas graves. A opinião pública se remete, então, ao dia-a-dia, onde, repetindo, quem não tem plano de saúde, como o ex-presidente e alguns poucos privilegiados concidadãos, tem de enfrentar, mesmo, é as filas das santas casas; dos hospitais públicos; dos postos de saúde onde, nem sempre, os profissionais aparecem para cumprirem o que têm acertado em seus contratos de trabalho. Ganham pouco, não têm condições técnicas para trabalhar, não têm estímulo, não são prestigiados. E, o povo? O que tem a ver com isso? O povo já pagou, adiantado, pelo serviço. Todo mês, desconta-se em seu contracheque, em seu holerite, uma quantia que, dizem, é para custear tais atendimentos. E, o pior é que tem gente que acredita. Quanta ilusão. Os plantões públicos e, mesmo, privados, principalmente nos finais de semana e feriados prolongados, ficam entregues a estudantes; médicos residentes, estagiários. Não tem gesso, não tem medicamento, não tem raios-x, não tem nada. As recepcionistas, coitadas, se viram para explicarem o inexplicável. E, a vida vai seguindo. Ano que vem tem eleições e os brasileiros irão, novamente, às urnas, depois de ouvirem promessas e mais promessas de que “no nosso governo, a saúde pública vai melhorar! Mas, vai, hein?

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