Fizeram o povo brasileiro de bobo. Mais uma vez. Foram horas e horas em frente à televisão. Centenas, milhares de páginas de jornais, revistas, ouvindo rádio, discutindo, comentando e analisando os escândalos (os mais recentes) nacionais. Gente que foi para a frente das câmaras pregar a moralidade e a ética. Gente que jurou aplicar a lei “doesse em quem doesse”. Lembram-se do “duela a quien duela”, do famigerado Collor? Pois é... Foi pior ainda.
Passados todos esses meses, com o tanto de dinheiro que gastaram dos cofres públicos, com as intermináveis sessões, as audiências, avião pra cima e pra baixo, as acareações, as denúncias, as escutas telefônicas, o escambau. No fim de tudo, nada. Nada mesmo. De iniciais 30 deputados que seriam cassados, o número foi minguando, minguando, minguando, não deve chegar nem a cinco. Se chegar. Os senhores parlamentares, mais corporativistas do que nunca, em nome da sobrevivência da classe, estão rindo de nós, os simples mortais, que pagamos seus polpudos salários.
Não vão punir ninguém, é fato consumado. Pode até ser que algum bobinho da boléia seja levado ao cadafalso. Pode até ser... Mas, o cristal trincou. O povo não acredita mais nessa história de mensalão, mensalinho, CPI dos Correios, CPI disso, CPI daquilo. O negócio é que daqui a algumas semanas, começam as convenções partidárias, ninguém vai querer mais saber de nada. Ou, melhor, vai! Os políticos vão cuidar de suas respectivas reeleições, manterem seus esquemas e se garantirem por mais quatro anos. Afinal de contas, a maioria esmagadora vive nesta “luta” há décadas. Não apeiam do poder.
Sem falar que em junho teremos Copa do Mundo. Logo depois, campanhas eleitorais, candidatos na TV o dia inteiro torrando a paciência do povo. Depois eleições, comemorações e, aí, já é final de ano, final de governo. Final de feira. Nada mais restará ao povo, a não ser ir para casa, mais pobre, mais humilhado, mais enganado, mais traído. Os políticos não. Estarão mais ricos, mais saudáveis, mais famosos. E também mais mentirosos. Com raríssimas exceções, é claro. Até por que, como já se diz por aí, “toda unanimidade é burra”.
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