Mais uma vez, o Brasil fecha os números do carnaval com um triste recorde: acidentes rodoviários. Este ano superamos, em muito, os números de 2010. Além do aumento da frota que se verifica a cada ano, apontando, logicamente, para um maior número de veículos em circulação, outros fatores concorreram para que a lamentável estatística fosse apresentada. Dezenas e mais dezenas de mortes, num período em que os brasileiros convencionaram chamar de festa, alegria, diversão e folia. Mas, que folia é esta em que o cidadão sai de casa para brincar, para espairecer, para desestressar e volta dentro de uma urna mortuária. Sem contar os que vão para os hospitais e, de lá, saem em uma cadeira de rodas.
Afinal de contas, em que país estamos vivendo? De nada tem adiantado o Governo se esforçar, recomendando que o condutor não dirija bebendo, ou não beba dirigindo. Tudo em vão. Está provado, e comprovado, que a maior incidência dos desastres originou-se, com certeza, de motoristas alcoolizados, ou, no mínimo, na ressaca de uma bebedeira. E, é gente honesta, trabalhadora, pais e mães de família, em sua maioria. Mas, são pessoas que, ao assumirem o volante de um carro se transformam em verdadeiros monstros. Correm, matam, morrem. Matam inocentes, dentre eles, os próprios familiares que estão em sua companhia.
Cobrar das autoridades mais do que já se cobrou, certamente não é possível. Existem leis, existem punições, existem limites impostos. Mas, os motoristas, em grande parte, não estão “nem aí”. Ou se consideram ases do volante, com a convicção de que com eles nada de ruim acontece. Ou são meros coadjuvantes de uma sociedade, daqueles que pouco importa viver ou morrer. Seja de uma forma, seja de outra, algo há de ser feito no Brasil para que pessoas inocentes não sejam sacrificadas no brutal e irracional trânsito nas rodovias e, até, nos centros urbanos. Automóvel é veículo de transporte, de locomoção, de facilitação para deslocamentos. Automóvel não pode ser uma arma que as pessoas, de forma irracional, usam para se matarem e assassinarem a seus semelhantes. É verdade que muitas estradas não oferecem as condições ideais de tráfego. É verdade que existem as falhas mecânicas. Mas, 95 por cento dos desastres são provocados pelos condutores. Por negligência, imprudência ou imperícia. Em muitos casos, crimes dolosos. O condutor assume o risco de matar e morrer ao volante de um carro. E, é bom não confundir acidente com crime de trânsito. O acidente, em muitos casos, é inevitável. Mas, o crime, este sim, pode ser evitado. Ou prevenido.
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