sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Já era...

No último final de semana, passou por Anápolis uma carreta carregada de equipamentos para academias de ginástica. O veículo, que vinha de Manaus, cortou todo o Estado do Pará, o Estado do Maranhão, o Tocantins e Goiás. Parou em Uberlândia, Triângulo Mineiro, seu destino final. Aliás, o ponto de parada foi o entreposto da Zona Franca de Manaus, instalado naquela cidade mineira e que pretende movimentar, até o final deste ano, cerca de R$ Um bilhão. Isso mesmo: um bilhão de reais. Produtos variados, principalmente eletro-eletrônicos, veículos e similares, que são fabricados no Amazonas e distribuídos para o restante do País e, até, para o Mercado Comum do Cone Sul, o Mercosul, como é mais conhecido.
Esta história, verdadeira por sinal, e que está registrada nos principais jornais de Uberlândia e de outras cidades brasileiras, traz à memória dos anapolinos uma coisa: é que o Município vinha sendo, há mais de dois anos, um forte candidato a sediar projeto semelhante, ou seja, um entreposto da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Em Resende, no Estado do Rio de Janeiro, funciona uma unidade desta, há anos.
A pergunta que não quer calar é esta: por que Uberlândia iniciou o projeto de atração do entreposto bem depois de Anápolis e conseguiu primeiro? Aliás, nem se sabe se Anápolis vai conseguir. As respostas podem ser variadas, mas a principal delas é que o então Governador de Minas, Aécio Neves, chamou o prefeito e as principais lideranças econômicas da região de Uberlândia, colocou todo mundo num avião e foi conversar, pessoalmente, com o então governador Eduardo Braga e com os dirigentes da Suframa. Lá em Manaus. Resultado: o entreposto de Uberlândia saiu, em que pese protestos dos gestores da unidade de Resende e da falácia dos interessados no projeto de Anápolis.
É bom lembrar que desde quando o professor Pedro Sahium foi prefeito de Anápolis, esta proposta vem sendo discutida. Houve uma série de manifestações, entrevistas, almoço no Palácio das Esmeraldas, e, conversa. Muita conversa. Entreposto, mesmo, que é bom, nada, pelo menos até agora.
Afinal, o que teria motivado esse total esquecimento da proposta, que renderia para Anápolis uma extraordinária soma em tributos e o giro de um grande capital? Falta de interesse? Falta de motivação? Problemas políticos? Ninguém sabe responder. E, se sabe, não responde. O certo é que, com este episódio, torna-se cada vez mais evidente que Anápolis é uma cidade órfã politicamente. As realizações em Anápolis só acontecem “no tranco” ou, “na tora”, como se diz popularmente por aí. A verdade, nua e crua, disso tudo, lamentavelmente, é que, novamente, não se sabe o número exato desta vez, os anapolinos viram, ou estão vendo, ir embora mais um sonho econômico. De nada adianta ter Plataforma Multimodal, por sinal um grande pasto asfaltado, com galerias de águas pluviais, meio-fio e energia elétrica. Mas que até ontem, não havia recebido nenhum projeto. De nada adianta ter água; energia; boas estradas; boa malha de comunicação, boa estrutura educacional e outros equipamentos públicos, se, na hora de fazer valer isso tudo, a cidade fica em segundo plano. E, ninguém, absolutamente ninguém, toma as suas dores. Lamentável!!!

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